| A polêmica faz parte e, ao que tudo indica, saber se o café faz bem ou mal não altera o seu sabor. A corrente dos defensores, por sua vez, acaba de ganhar um senhor reforço. Cientistas das universidades de Coimbra e de Lisboa, Portugal, sugerem que a cafeína pode prevenir doenças neurodegenerativas associadas a distúrbios mentais e ao envelhecimento. No Brasil, especialista diz acreditar que os grãos podem ajudar contra a doença de Alzheimer.
Os estudo ainda são preliminares e os primeiros testes foram realizados em animais. Os resultados publicados no Journal of Alzheimers Research explica apenas a correlação entre o consumo de café e a prevenção, não a causalidade, diz o artigo. Ainda assim, os pesquisadores sugerem que a cafeína ajuda a estabilizar a barreira sangue-cérebro, mantendo a imunidade do cérebro, recuperando o funcionamento desta barreira e sua capacidade de proteger o cérebro dos níveis nocivos de agentes químicos.
Outro possível benefício da bebida seria combater o declínio da memória aumentando os níveis de dopamina, substância química que transmite sinais entre os neurônios.
Para a neurologista e coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, Márcia Lorena Chaves, os pesquisadores portugueses estão no caminho certo. “Ainda é cedo para confirmar qualquer coisa, mas acredito que daqui a alguns anos os benefícios do café serão comprovados. Os estudos recentes apontam para o uso de cafeína no tratamento da doença de Alzheimer, mas ainda devem ser realizados em seres humanos”, afirma ela. Ainda de acordo com a pesquisa, os resultados foram obtidos através do consumo regular, em média quatro xícaras de café por dia, a longo prazo. Com a investigação em humanos, os portugueses teriam a prova de que o consumo moderado da bebida não traz riscos.
“O estudo sugere que, ao longo do tempo, a dose de café utilizada na pesquisa evitaria o acúmulo da proteína beta amilóide (causadora da doença de Alzheimer), parte do processo que causa alterações no cérebro. A grande questão que envolve a doença é descobrir como os amilóides (proteínas já presente em humanos) se alteram, tornando-se beta amilóides”, explica a neurologista.
Muitos fatores de risco para a doença de Alzheimer ainda estão sendo investigados. Porém, alguns deles já são conhecidos e alguns podem até ser evitados. “Já é possível afirmar que a idade é uma porta para a doença, com o passar dos anos, as chances de desenvolver a doença aumentam. A escolaridade também é importante, quanto menos estudo, mais cedo o Alzheimer pode aparecer. E, além disso, tem a questão familiar, a hereditariedade. Sendo assim, manter o cérebro sempre ativo é a melhor forma de prevenir a doença. Quanto ao cafezinho, sem exageros, está liberado”, concluiu Chaves.
| |
Nenhum comentário:
Postar um comentário